A definição de "amor" já recebeu letras bem mais românticas em outros tempos... Já foi concebida como "romance" entre duas pessoas, "sentimento profundo de carinho", "união de almas gêmeas", e por aí vai. Tudo bem. À primeira vista parece um tanto piegas, mas a definição mais sensata seria "respeito entre duas pessoas que se gostam de verdade".
Hoje, a globalização de comportamentos tem gerado um grande distanciamento do sentido idealizado. Porque, afinal, o "moderno" é ter relacionamentos breves, do tipo: "ficar", "pegar" e algum outro mais superficial e banal que esteja por vir. O simples "namorar" é visto com certo assombro, chegando, muitas vezes, à literal aversão ao compromisso. Não é à toa que os casais, que conseguem ao menos sublimar isso, costumam pular do namoro para o "morar junto", porque "casar" é o maior causador de sentimento de pânico, ainda!
(Gente! Não são palavras minhas, mas de amigos e amigas que desabafam comigo.... Very sad.)
Afinal, o que tudo isso significa? Simplesmente, medo! Da intimidade. Pois isso leva a compromisso, processo condizente com pessoas maduras, que sabem o que querem na vida, mesmo que não estejam destinadas a perpetuar tal relacionamento. Compromisso é saber desenvolver uma atitude de colaboração mútua, de reciprocidade. É ter coragem de se empenhar em testemunhar a vida de outra pessoa no seu convívio mais próximo, dando apoio e retribuindo sentimentos. Nem sempre são os mais belos, mas fazem parte do processo inerente de aprendizagem do ser humano.
Tudo bem que as pessoas devem se permitir experimentar, se conhecer, interagir com outras pessoas, etc, mas quando isso leva à banalização de relacionamentos e sentimentos, algo se desvirtuou no caminho... As pessoas se descartam umas às outras com a mesma velocidade da troca de uma roupa, só porque é um tanto trabalhoso conhecer e gostar de alguém de verdade...
Não é incomum testemunhar adultos com comportamento adolescente ou até infantilizado. São os perfis típicos de quem não está preparado para se relacionar de verdade com outra pessoa. Basta dar uma espiada nos sites de relacionamento. Seja Orkut, Facebook, Twitter, está tudo lá. A internet, de um certo modo, facilitou essa inversão de valores, pelo seu mau uso.
O que esperar disso tudo? Depende de cada um. Quem não quiser mais "navegar" nessa corrente, vai sofrer um pouco (ok! bastante, sejamos sinceros!), mas pode começar a se distinguir do grupo maior e ter a coragem e paciência de encontrar seus semelhantes. E, quem sabe, haja um resgate dos verdadeiros valores morais tão combatidos...